quarta-feira, 14 de maio de 2014

instantes

por vezes escrevo fogo
ardor da alma aos dedos
fogueiam-me os pensamentos;
outras, escrevo gelo 
estalactite
aprumadamente perfurante;
há momentos que escrevo pedra
contundente 
firo as veredas a talho de golpes duros;
tem dias que escrevo sangue
a dor dorida
ora jorrando, ora correndo, paixão;
há horas que escrevo luz
relampejo nas trevas
ou sol no caminho;
de todas as vezes
por segundos escrevo-me
ápices da escrita que estoura
em mim, transcursos que me içam
e gero-me poema em folha de papel
quando não caibo no mundo
quando não me contenho em mim

Sem comentários:

Enviar um comentário