quarta-feira, 16 de abril de 2014

momento

Neste momento adocei o tempo
onde me instalei. Convivemos como 2 adultos,
mais ele, o tempo, que sempre vi adulto, culto,
de sabedoria contagiante.
Eu, sei-me adulto,
mas tudo me dói e me sorri como em criança;
eu não sei se cresci.

Apurei memórias - retratos de momentos - intimidades
entre mim e o tempo. Algumas delas queria-as entulhadas.

O recomeço não é a perda de memórias
tão somente recolocar os valores das recordações.

O começo é anterior à memória
e só há um! Só se existe uma vez.

Meu tempo, sinto-o
como um vento: sou levado
escorrego nele como em lençol esvoaçante;
sou ondulante, interiormente eufórico, rejubilante
pelo fresco no rosto que tanto amo;
pela vertigem que necessito;
pelo rebolar de corpo espraiado que me inspira;
pelo pairar no vazio que me extasia;
e pela ausência de chão, essencial à fantasia.

Intimidade com o tempo é euforia
o momento que esta escrita contém

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